O projeto, reflete para além de um programa funcional pretendido pelo promotor, para um edifício de habitação de uso sazonal, uma ocupação totalmente enquadrada nas características da zona e na racionalização face ao espaço urbano disponível, promovendo uma proposta de intervenção, que permita e contribua para um desenvolvimento equilibrado da área onde se insere, fechando a edificação nesta zona.
O edifício com 5 pisos acima do solo e uma cave, integrado num terreno com 2.544 m2 de área privada, apresenta grande espaço envolvente, onde se situa uma piscina de apoio e zonas verdes cénicas. O organigrama por piso, integra quatro apartamentos, num total de 20 unidades.
A utilização exclusiva para habitação mista de férias e permanente, vem na sequência natural do tipo de programa de ocupação para esta zona da cidade de Portimão, junto das praias, apresentando um grande dinamismo neste sector. O local possuiu muito boas vias de acesso e está perto de várias praias importantes, com ligação directa a vários equipamentos urbanos e zonas comerciais, que complementam correctamente a oferta de habitação.
Para o projeto, e na sua elaboração, consideraram-se vários elementos que irão promover um uso adequado, como é caso dos acessos aos apartamentos, em galerias exteriores em todos os pisos, permitindo uma utilização natural e de maior visibilidade principalmente junto aos acessos verticais, contrariando a normal filosofia de corredor interior somente com luz artificial, sendo também a zona de entrada no r/c do edifício, totalmente aberta, assim como a comunicação com a zona do recinto da piscina, onde a mesma apresenta forma orgânica, complementada com arranjos exteriores de excepção.
A implantação da edificação composta por dois corpos ligados pelas escadas, teve em atenção a direcção de implantação face à casa existente a poente, funcionando essa composição como um movimento desfasado de afastamento, dos três corpos construtivos dentro do terreno.
Em toda a fachada sul foram previstas varandas privadas de áreas generosas de modo a completar uma utilização e permanência predominante de exterior, saudável e convidativa, de acordo com o local e a proximidade às praias, às vistas panorâmicas e pelo clima ameno do Algarve.
Foi considerada uma linguagem contemporânea, com as cores adequadas, aplicadas no exterior, aceitando com a sua composição arquitectónica, uma integração nas construções da envolvente, quer pela volumetria e conjugação dos dois corpos desalinhados da geometria do edifício, contribuindo para uma desmassificação do seu impacto e uma leitura de volumes diferenciados e não compactos. Essa lógica de ocupação, resulta fundamentalmente numa edificação, que se materializou equilibrada e correcta para o local, através de uma conciliação volumétrica e de uma relação com os edifícios da envolvente.
Essa composição da edificação, para além destes fatores, pretende interpretar uma geometria, resultando da forma do terreno e da acessibilidade ao mesmo, orientação das vistas e solar, e definição de áreas, e outros fatores regulamentares condicionantes. Na fachada principal são instalados sombreadores amovíveis, deslocam-se sobre calha superior e inferior, promovendo uma alternância de imagem não estática, como acontece num edifício corrente. Essas lâminas são de réguas horizontais de painel fenólico de madeira, contribuindo para uma leitura contemporânea, assim como a zona central das escadas camuflada também por esse material de aplicação fixa.